A minha jornada começou na ULP na Licenciatura em Comunicação Aplicada, onde acreditava que seria publicitária — a escrever guiões e a criar campanhas audiovisuais. Mas foi a descoberta do design gráfico, ainda na faculdade, que mudou tudo: o Illustrator tornou-se a minha linguagem, o Photoshop os meus olhos. Desde o primeiro cartaz que criei para uma curta-metragem, soube que era por ali que queria seguir.

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Comecei como freelancer ainda durante o curso, mas o início no mercado de trabalho não foi exatamente o que idealizava. Enquanto o “emprego de sonho” não chegava, em 2019 aceitei um part-time de verão fora da área — e acabou por ser uma das melhores decisões da minha vida. Aprendi a lidar com pessoas, ganhei ritmo, maturidade e outra forma de estar.

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Mais tarde, entrei finalmente na área como designer, onde desenvolvia sobretudo design corporativo. Mas o meu mundo virou do avesso em 2020, quando perdi o meu pai. Não consegui continuar. Despedi-me. Psicologicamente, não estava bem — e isso afetou-me como pessoa e como criativa. O meu corpo estava presente, mas eu não. Nunca partilhei isto de forma tão pública, mas a verdade é que esse momento teve um impacto profundo em mim e na forma como hoje vejo a vida e o trabalho.

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Foi um tempo difícil: o luto, o silêncio, o mundo em pandemia, tudo parado, tudo estranho. Nesta minha pausa e com o covid, continuei a fazer cursos/formações online em design e packaging. Em 2021, ainda estava na estaca zero — e decidi que tinha que recomeçar. Mudei de cidade, saí da minha zona de conforto e voltei aos estudos para aprofundar a minha formação em design gráfico na Esad. Pelo meio, voltei a ser freelancer — algo que, na verdade, nunca deixei de ser — e decidi conciliar com um part-time na Stradivarius. Pode parecer cliché, mas era um lugar onde me via desde nova a trabalhar. E consegui!

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Em meados de 2023, percebi que algo me faltava: o design digital. Sentia que o meu conhecimento nessa área ainda era limitado — e quis aprofundá-lo. Foi então que me inscrevi no mestrado em UI/UX Design pela Labasad, e a experiência foi um verdadeiro upgrade. Aprendi a trabalhar com foco no utilizador, explorei novas ferramentas como o Figma e adotei novas perspetivas. Foi como encaixar a última peça de um puzzle — tudo fez mais sentido.

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Depois disso, entrei finalmente para uma agência de publicidade, como designer. Múltiplos briefings, vários projetos, novos desafios. Foi intenso e transformador. Foi a experiência que eu precisei para acreditar em mim e dar o salto. A minha paixão sempre foi — o packaging, os rótulos, o branding, o criar com alma — e isso continuava ainda mais vivo. E foi dessa experiência que no início de 2025, fundei a Iaru Studio. 

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Talvez tenha sido sempre o meu destino, tentar, este meu desejo já existia dentro de mim desde 2022, mais coisa menos coisa. Mas nunca achei que estava pronta (para ser sincera passamos a vida toda achar que nunca vamos estar prontos e até que estamos, vai por mim). E, mesmo assim, eu decidi dizer SIM.

Sim a recomeçar.
Sim a fazer à minha maneira.
Sim a criar com tempo, com intenção e com verdade.

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E isto é um pedaço da minha história, 

Um beijinho,

Bibiana Alves.